Workshop 1: Direitos da Natureza
Para este tema do workshop, os grupos reuniram-se em torno do tópico "Direitos da Natureza" em relação ao plano de biodiversidade da Ecovila (leia mais sobre este plano neste Diário de Bordo mais antigo). Durante cada ronda, os grupos selecionaram até três espécies do plano de biodiversidade e especularam sobre as implicações da atribuição de direitos especificamente a essas espécies. O que significaria atribuir direitos a espécies selectivas? Como é que isso influenciaria a política local para os seres humanos? E qual poderia ser o efeito nos ecossistemas? Para especular ainda mais, os grupos também imaginaram, de forma divertida, com que fundamentos esta espécie em particular poderia potencialmente processar a Ecovila.
Documentação do workshop descrevendo a tarefa colectiva, detalhando as 10 espécies do plano de biodiversidade e as notas que as pessoas acrescentaram durante as sessões.
Os participantes apresentaram implicações políticas, tais como:
- Adaptar as luzes às minhas preferências (para o morcego comum)
- Não cortar a relva em todo o lado (para o grande grilo do mato verde)
- Ajustar as casas para que eu possa nidificar nelas (para a abelha vermelha)
- Assegurar que instalações como as árvores de folha caduca continuem a existir no futuro (para o estorninho)
- Deixar as plantas hospedeiras e não cortar as flores (para a borboleta-pavão)
- Evitar os zangões (para o morcego pipistrelle comum)
- Não me confundir com vespas e não encorajar as abelhas melíferas no meu ambiente (para a abelha vermelha)
- Não utilizar pesticidas químicos para combater os piolhos (para o grilo do mato verde)
Alguns dos processos judiciais especulativos enumerados incluem:
- Processar o agricultor vizinho pela utilização de pesticidas que matam os insectos de que o estorninho necessita para se alimentar
- Processar o agricultor vizinho pela utilização de pesticidas que me matam (as abelhas vermelhas), mas não me transformam em alimento para o estorninho
- Processar a abelha vermelha por ter tapado a casa do morcego comum
- Processar a empresa Nestlé por propor a utilização do grilo-do-mato-verde como fonte de proteínas
As discussões que surgiram durante esta tarefa incluem a dificuldade de atribuir direitos a certas espécies em detrimento de outras (o que também se torna visível em algumas das notas contraditórias), levando a um círculo interminável de conflitos entre diferentes espécies. Também foi interessante o facto de vários grupos terem discutido os problemas da utilização de pesticidas pelo agricultor vizinho, embora de formas diferentes para espécies diferentes. As relações com o uso de tecnologias digitais neste tema do workshop tornaram-se evidentes através de observações sobre o uso de drones que poderiam ter um impacto negativo em certas espécies de morcegos, bem como o horário da iluminação exterior na Ecovila para se ajustar às preferências dos morcegos.
Um dos grupos de trabalho que colaboraram no tema "Direitos da Natureza".