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Os territórios indígenas na Amazônia têm enfrentado invasões, degradação ambiental e extração ilegal de recursos durante várias décadas. As práticas tecnológicas apoiam o monitoramento ambiental para identificar e relatar esses impactos, mobilizando ao mesmo tempo compromissos políticos para deter o desflorestamento em territórios indígenas.

Brasília, Distrito Federal, Brasil

SOMAI

O Sistema de Observação e Monitoramento da Amazônia Indígena (SOMAI) é uma plataforma digital que reúne dados ambientais para analisar os riscos climáticos e as ameaças antropogênicas em terras indígenas da Amazônia brasileira. A plataforma apresenta dados sobre desflorestamento, uso do solo , vegetação, hidrografia, infraestrutura e estoque de carbono. Também produz previsões de temperatura, precipitação e biodiversidade em terras indígenas.

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Captura de tela do site da plataforma SOMAI. Fonte da imagem: Site SOMAI [captura de tela]. Consultado a 25 de abril 2022, a partir de http://www.somai.org.br/plataforma/

Esta ferramenta permite a produção de mapas e relatórios para identificar regiões vulneráveis a incêndios, seca, desflorestamento e outras questões socioambientais como instrumentos políticos para articular organizações indígenas.

Amazonia / São Paulo, Brasil

RAISG

A Rede Amazônica de Informações Socioambientais Georreferenciadas (RAISG) é um grupo de organizações não-governamentais dos países da Amazônia. A RAISG avalia mudanças ambientais através do uso de sistemas de informação geográfica para apoiar os direitos coletivos dos povos indígenas e comunidades locais. Seus mapas incluem avaliações das principais pressões e ameaças socioeconômicas aos territórios indígenas através de escalas espaciais e temporais.

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Captura de tela da página inicial da RAISG. Fonte da imagem: Site RAISG [captura de tela]. Consultado a 25 de abril 2022, a partir de https://www.amazoniasocioambiental.org/en/
Loretu, Peru

Alerta floresta tropical

O Rainforest Alert foi desenvolvido pela Rainforest Foundation US para apoiar as comunidades indígenas da Amazónia peruana na proteção dos seus territórios contra a desflorestação. Um centro de dados regional avalia imagens de satélite para detetar actividades de desflorestação utilizando a aplicação Global Forest Watch. Se a desflorestação for detectada, a informação é transmitida a patrulheiros indígenas que podem verificar se a desflorestação está a ocorrer, com o objetivo de as comunidades indígenas poderem decidir um curso de ação, envolvendo frequentemente intervenções estatais ou a aplicação da lei.

Como é que estas tecnologias permitem, mas também limitam, a ação colectiva para a defesa das florestas? Um estudo de Slough et al. (2021) concluiu que o sistema Rainforest Alert pode ter contribuído para uma redução da perda de cobertura arbórea nos territórios da Amazónia peruana durante um período de dois anos. O estudo também observa uma mudança na dinâmica comunitária, sugerindo que a introdução de tecnologias de monitorização remota contribuiu para uma "burocratização" da monitorização florestal, através da qual os monitores e patrulheiros passaram a ser posicionados como autoridades.

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rádio florestal inteligente